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Voltei ao Mirena. Para quem não conhece, em apertada síntese, é um dispositivo intra-uterino (isso quer dizer que um objeto em formato de 2 ganchos unidos fica dentro do seu útero) que tem a pretensão de impedir gestações. Como? Impedindo a formação da parede onde o óvulo fecundado se prende.
A ideia é muito legal porque geralmente paramos de menstruar, mas eu prefiro mesmo quando nem ovulo (eu deixo de ter variações de humor). Só que não sou da área de saúde e por isso não posso me alongar no assunto.
Por isso, vou me limitar a contar minhas duas experiências com Mirena.
Na primeira vez, a colocação foi ótima, feita em Goiânia-GO, no consultório da minha ginecologista na época (até hoje a que mais gostei). Ela pediu que eu chegasse cedo, em jejum de 8h e sua assistente me deu dois comprimidos. Não faço ideia do que era, mas confiava nela. Depois de uns 15 minutos fui chamada ao consultório, conversei um pouco e não lembro de mais nada. Acordei no início da noite, em casa. Contaram-me que eu saí andando do consultório (não dirigi), passei na farmácia (comprei nisulid) e conversava muito. Fiz inclusive planos para a ceia de natal!
No pós-colocação eu sentia cólicas sempre que perdia a hora do anti-inflamatório e apesar dele ter sido prescrito para 7 dias eu acabei com a cartela e ainda comprei outras depois. A adaptação foi meio complicada, mas isso deve ter sido porque sou pequena e nunca tinha engravidado. Defendo que esses dispositivos venham com tamanho P, M, G... Afinal, aposto que há diferença de tamanho entre o útero de uma mulher de 1,50m para o de uma mulher com 1,85m.
A melhor característica do Mirena é seu prazo: 5 longos anos de paz! Sem se preocupar se tomou o comprimido na hora certa ou se o implante já começou a ter efeito. Ou, ainda, se entre um método e outro você sem querer querendo ovulou e... Enfim, paz!
Com o tempo as cólicas uterinas diminuem - acho que o corpo desiste de expulsar o tal estranho.
Agora vou contar da recente segunda colocação. Já no Rio de Janeiro-RJ a ginecologista com quem fiz o papa nicolau não se interessou em colocar o Mirena. Ela queria mesmo era me vender o tal implante no braço. Aí me encaminhou a outro médico (sou preconceituosa e não gosto de ir a ginecologistas homens porque, sinceramente, a única cólica que ele sente é intestinal. Só nós sabemos a dor e a delícia de ser o que somos). De qualquer forma, não posso ficar a base de comprimidos porque não confio em mim, então, encarei O médico.
Liguei, marquei a data da colocação, a telefonista me explicou que o procedimento não era coberto pela UNIMED e que eu deveria pagar, salvo engano, R$630 apenas para colocar. Além disso, um anestesista seria pago à parte e reembolsado pelo plano de saúde. Ok. Antes que eu me esqueça, eu mesma deveria comprar o Mirena (R$635,00) e levá-lo para a colocação. Ok... Nada disso foi necessário da primeira vez e tudo correu muito bem obrigada. Na época paguei menos de R$1.000 por tudo.
A primeira coisa que estranhei foi o horário. Jejum de 8h e consulta às 2 da tarde? Estranhíssimo isso. Será coisa do Rio? Já entendi que nada aqui funciona antes das 9 da manhã (o normal no resto do país é 7h).
A segunda coisa estranha foi a alteração de preço dentro do consultório. Isso mesmo, eu entrei, deixei meu acompanhante do lado de fora porque o consultório é um ovo e enquanto eu contava minha história ginecológica, o olho do ginecologista brilhou quando ouviu o nome ELSIMAR COUTINHO. A partir daí ele chamou a telefonista, perguntou qual o preço que ela tinha me passado, se eu era a paciente de origem humilde (?). A cara da mulher era de interrogação. Então, eu, já há 9h em jejum (sim... tinha fila!) fui para a colocação do mirena sem saber ao certo o preço. Imaginei eu que isso seria algo "tabelado" e eu estava com fome, já meio sonolenta, nem pensei em valores.
A segunda colocação foi também tranquila. O anestesista fez algumas perguntas, e logo dormi. Fiquei um pouco incomodada por serem dois médicos homens, uma assistente e uma telefonista. Não pude chamar o acompanhante como da primeira vez, pois ele não caberia no espaço da sala. Na verdade, fiquei espantada de como a maca cabia lá dentro.
O problema foi depois da colocação. Chegando na recepcionista, ela passou o preço de R$1.200,00 apenas para o médico que colocou. Hein? Não eram R$630? Que absurdo é esse? Eu não tinha condições de discutir valores naquela hora. Entregamos os cheques meio a contra gosto e fomos embora. Saí do consultório para pegar o elevador e já comecei a ter náuseas. Dessa vez estava completamente lúcida, mas continuava sem força, meio fraca - imagino que de fome. Nunca tive tanta vontade de vomitar antes... muito incômodo. Toda comida me embrulhava. Pensei comigo: "será que é assim que as grávidas ficam?". Junto com as náuseas comecei a sentir cólicas fortes, daquelas que você mal consegue ficar ereta. Comprei nisulid e vonau. Passei as duas horas seguintes sentada no banheiro, ao lado do vaso sanitário. As náuseas melhoraram, mas as dores apenas diminuíram. Adormeci ainda com dores...
No dia seguinte fomos direto na UNIMED solicitar o reembolso do anestesista e ficamos sabendo da notícia que eu já desconfiava porque a primeira ginecologista tinha deixado escapar na primeira consulta. A UNIMED RIO COBRE A COLOCAÇÃO DO MIRENA, inclusive reembolsa o valor pago à farmácia pelo dispositivo intra-uterino. Ela está realmente interessada que suas clientes não fiquem grávidas!
PORTANTO GAROTAS, SE SEU MÉDICO É CONVENIADO UNIMED ELE DEVE COLOCAR O MIRENA PELO PLANO DE SAÚDE (VOCÊ NÃO PAGARÁ NADA EXTRA) OU, NÃO QUERENDO, ELE DEVE ENCAMINHÁ-LA A OUTRO MÉDICO QUE COLOQUE.
De qualquer forma, já tínhamos combinado com o médico que iríamos pagar, mas o combinado não era o valor apresentado no final. Acredito que o combinado não sai caro, certo? Essa foi uma das motivações do post. Depois de muitas idas e vindas entre o atendimento UNIMED e o consultório do médico que colocou o DIU, conseguimos a documentação necessária ao reembolso do MIRENA, mas acabamos arcando com o valor cobrado pelo médico.
Ainda hoje entrei em contato, pedindo o recibo que eu esqueci de pegar no dia da colocação e a telefonista não sabia informar o preço do procedimento. Conclusão lógica que qualquer quadrúpede chegaria: o preço varia de acordo com a cara da cliente.
É mole?